michelle. 23 anos. filósofa na academia. vagabunda no mundo.


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16.11.07 - 1:18 a. m.





não posso encontrar sorvete de frutas naturais em açougue, não posso encontrar sorvete de frutas naturais em açougue.

mas há o gelo em comum, há o gelo em comum, há o gelo em comum.


o gelo não é suficiente, o gelo não é suficiente. eles continuarão cortando carnes, esmagando carnes frescas no escuro, com a idéia de que são geléias de brinquedo. mortes ali, vidas ali, mortes e vidas, e nós, cegos, na vida e morte em vida, ou em morte. e os gritos ali, aqueles, que poucos conseguem escutar, mas ainda, todos os gritos ali, de todo o período da vida, e a eternidade da morte e vida. e a vida gritando, querendo o colo da morte, acreditando não fazer parte de sua identidade. querendo estar à parte, querendo ser independente. a vida, aquela onipresente crise de identidade. e os gritos ecoam naquele recinto, neste recinto. aqui, no meu recinto e no recinto dos que querem encontrar sorvete de frutas naturais. presos no açougue, presos no açougue, tentando fazer algo a respeito, comendo gelo com um leve sabor de sangue para sobreviver.

o gelo é a única alternativa, então vamos, comamos mais gelos! tudo aquilo era um sonho, a sorveteria é um sonho, uma ilusão de momentos, de períodos, de nós mesmos.


e no fim, todos acreditaremos estar à parte, como a vida.
e já não sei mais como isso acaba.






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