michelle. 23 anos. filósofa na academia. vagabunda no mundo.


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31.10.07 - 5:57 p. m.


de volta à terra dos líquidos


estranho e ansioso. cinza, verde-musgo, marrom. fumaças, tóxicos, escuridão. digito uma palavra em um site de busca e imediatamente aparecem todos os temas possíveis relacionados a ela. tudo em minhas mãos, ou meus olhos, sem esforço algum. conheço e busco informações de quem eu quiser, desde um artista asiático alternativo a alguém que vi em uma festa de pessoas que não conheço. sem acaso algum, naturalidade alguma. natural, natural sim, mas um novo natural que aí nos parece ser.

já não sinto a conexão das coisas, das pessoas, das idéias. o que é sincero não se pode mais notar, e se for, em segundos se desfragmenta, desmancha. a ansiedade consumindo a todos, a vontade do que aqui está e do consumir e fazer parte de todo o universo. moléculas de água compondo um mar, querendo estar em toda a parte de toda a gigantesca parte, descontentes com o não-estar em contato com todas as outras. ansiedade consumindo a todos, de novo. e agora voltei a fazer parte, do querer fazer e ser parte, de toda a parte, a toda parte, em cada parte.

contemos até três e se nada de útil ocorrer, favor ir para a próxima seção, imediatamente. o tempo passa, o tempo é papel, dinheiro, objeto, os corpos de pessoas, idéias para sustentar seu ego e problemas.

nós, os pobres sobreviventes. a escória dos que antes eram mais naturais, interessantes e ingênuos, os quais nós mesmos decretamos a extinção, não exatamente por acaso.

concreto, prédios, sufoco. grades, janelas, vasos, remédios: tudo para separar o que consideramos natureza de nós mesmos, os independentes e superiores. quanto nojo de sermos apenas mais outros animais, não vamos admitir tamanha ignorante redução! mas o sexo, o sexo... o que é o sexo, essa atividade que nos guia e rege de forma primeira e doentia?

de volta à busca dos prazeres imediatos, da falta de construções honestas em prol de apenas uma simulação barata para os tais deleites. do consumo de tudo e todos, do materialismo bonito, eficiente e auto-suficiente, que poucos têm como assustador.


ilusório ou não, do lado de lá podíamos, nas nuvens, cantar a canção dos mortos, alegres - bem como eles mesmos -, e comer maçã direto da árvore, no campo, enquanto conversávamos sobre o próximo passo.


e pensar que há meses escolhi tal volta...






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