michelle. 23 anos. filósofa na academia. vagabunda no mundo.


blogueiras feministas al-azurd confuzione     interiores oculares     sushi   
ato falho  post secret  last.fm  diferenssas  


15.1.07 - 6:56 p. m.


Os relógios fazem barulho
Os carros emitem um som reconhecível para quem já os viu - e eu já os ouvi.
A mola do colchão faz um ruído agoniante quando troco de posição,
na tentativa de dormir
A chuva lá fora me acalma, como algo além do que conheço me instigando
A água e o sangue
As células, os nutrientes
As gorduras e impurezas
As angústias e as boas sensações
todos passam por minhas veias físicas e invisíveis aos olhos humanos

Concentro-me.
Esqueço todos os ruídos externos e sinto
sinto e até vejo
tudo aquilo correndo por mim
aquilo, aqueles - alguns reconhecíveis, outros totalmente estranhos ao meu eu que acredito ser
O que seriam, o que seriam?

Vísiveis e invisíveis,
desarmoniosos e fascinantes,
com cores diversas
conceitos diferentes e inquietos
Correndo, correndo.

Não preciso falar
não fale, não ouse falar
Sentir o que não se pode ver
mas acabar vendo - não seria tudo assim, com apenas algumas visões criadas sendo mais comuns a outras?

Loucura, sedução
ilógica, inexatidão
Amor, ódio
todos correndo, correndo, transformando-se
Indo, vindo, voltando, indo
e vindo, e indo.

E indo.

Seja, sempre seja
e assim a ignorância talvez fique tão densa e perceptível,
tão viscosa e nojenta -
contaminando tudo o que você tentava fazer por si mesmo
ou qualquer companhia ocasional -
que, finalmente, o viscoso e nojento será seu
o seu viscoso e o seu nojento
as suas criações.

E então seu retrato lhe parecerá bem moldado
e uma boa sensação invadirá seu corpo -
aquela, dada por achar que finalmente se sabe o que se é
E aquilo
e aqueles
todos eles, todos
irreconhecíveis e reconhecíveis
estarão gargalhando
rindo e correndo dentro e fora de você.





Site Meter