descontroles;

3.1.07 - 6:05 a. m.

nem que eu bebesse o mar, encheria o que eu tenho de fundo

não há como tentar procurar outros mares, outros males, outras manhãs: você é aquele que me atingiu e me levou para o patamar mais alto do lugar que tinha mais medo de andar sobre. foi atrás de mim incansavelmente, pegou minhas mãos e andamos rumo ao desconhecido. às vezes eu caía, outras você. andávamos por alguns momentos separados, adiantados, atrasados, mas sempre mantendo um contato, auxiliando na caminhada, retirando alguns galhos da frente quando mais adiantados, buscando instrumentos para a sobrevivência do outro e de si mesmo e confiando nas escolhas que o que estava em frente fazia.

e não importa, não importa o quão longe esteja, o quão estranho se porte para a maioria dos outros, o quão desinteressado pareça e o tanto de besteiras e idéias aparentemente sem nexo me fale, pois confio naquilo que sinto quando converso e quando te sinto. e isso basta, basta. esteja longe, fique distante, me faça pensar freneticamente sobre suas atitudes; já não me importo mais. não me importa o tempo que terei de esperar, a paciência que terei de buscar, os outros amores e caminhos que terei de viver da forma mais linda e "verdadeira" possível: acredito que neste momento de evolução em que estamos nossas energias se cruzam e se atraem, nossas idéias se entrelaçam e já estão de alguma forma conectadas e não, não precisamos tanto do resto assim.

o resto seriam os morangos suculentos em cima dessa torta já existente, o resto seria a expressão física do que acontece, o resto seria o resto. e o que há simplesmente há e é bom, porque tudo é bom, como concluímos em uma de nossas conversas até o meio-dia de uma virada de noite apenas de diálogos e amor.

embora nos percamos muitas vezes naquilo que vivemos e temos, estamos juntos nisso.
e esse "juntos" é maior que qualquer bobagem física, qualquer distância espacial ou qualquer aparente interferência.