michelle. 23 anos. filósofa na academia. vagabunda no mundo.
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18.12.06 - 1:02 a. m.
Querido Diário,
Hoje resolvi alugar um filme que retratava bem suposições e discussões que tenho tido com a Ying: o famoso O brilho eterno de uma mente sem lembranças. Já assisti ao dito cujo inúmeras vezes, mas vejo Ying como a filha oriental que ainda não tive - embora muitas vezes seja minha mãe - e sinto a necessidade de mostrar o mundo para ela, de comidas a filmes.
Como todo fim de filme do tipo, discutimos, comemos e não ficamos bem. I mean, é o de se esperar de nós duas juntas. Ying é como minha alma gêmea: flexível, compreensível, angustiada, relativista, intuitiva e racional at the same time, segura dentro de sua insegurança, pensa demais e possui muitos conflitos internos. aliás, se tudo der errado até os 40, casamos.
E ok, coisas desagradáveis aconteceram que me deixaram mais sem auto-estima ainda, o que não é muito interessante. Sinto-me um lixinho, uma inutilidade, como um chapéu daqueles bem feios e desbotados de sol entre a parede e a prateleira de uma parte brega e inabitada de um brechó. Fazer o quê? I mean, sei do que se trata, sempre soube do que se trata: sou de Marte, sou de algum lugar fora daqui e ninguém consegue compreender minhas vontades, sentimentos e raciocínios ridículos. Para completar, as pessoas obviamente têm mais o que fazer nessa pós-modernidade que conviver com uma pessoa que não se pode conceituar e procura apenas algum equilíbrio, ou quem sabe algo que ainda não achou - e vive na procura desse algo, ou na tentativa da busca, embora ache que esse algo não é acessível.
Sou com certeza aquela pessoa que com 40 anos viverá em uma casa com muitos animais e um jardim, porque preferirá a natureza à humanidade, e a humanidade preferirá outras coisas a ela.
Mas pelo menos Ying estará casada comigo.