michelle. 23 anos. filósofa na academia. vagabunda no mundo.


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21.12.06 - 7:03 p. m.





agora você está vendo, agora,
algo lindo, ou não, que eu vejo,
também.
estamos no mundo ao mesmo tempo,
e isso, só isso, já me impede de esquecê-lo
por um instante sequer.


você respira, tosse, respira, dorme, espirra,
e eu não posso deixar de sentir.
ora!, foge ao meu controle.
esteja você numa ponta do planeta e eu noutra.


a Terra é somente uma estrela,
nós o infinito de todo um cosmos.
não posso fazer nada, não há solução.
então choro,
oro,
te esporro de mil xingamentos.
desculpa, amor, é que eu te amo
te amo,
te amo
e quase não sou mulher o suficiente
para tanto Isso.


talvez segunda. talvez de tarde.
quem sabe, meu amor, quanto tempo é preciso para deixarmos de Ser?
talvez às cinco.
talvez... às dez.
quantos drinques vou tomar?
para ser menos Eu
e cada vez mais, mais, mais,
você.


agora não pode.
depois me liga para dizer mentiras gentis.
um cigarro. a noite começa e o dia
fica menos irritante se eu lhe ver.
quem sabe de Nós? quem pode saber?
hoje tenho tanta coragem para dar;
amanhã, talvez, eu vá sofrer.
não quero magoar a mim, nem mesmo a você.


minhas mãos estão machucadas
tenho alguma coisa para escrever
talvez na quinta, na quarta é que não.
na quarta estou chata. na quarta pareço uma mulher de quarenta.


ontem eu vesti jeans, ontem eu estava feliz.
agora estou morta de sono e vergonha.
se pudesse eu telefonava (não posso?). para ouvir suas mentiras e deixar de pensar em mim,
em mim e em você.


não quero parar.
entretanto é necessário.
navegar não. navegar não. navegar não.
esquecer sim, e esquecer de mim
esquecendo você.



e o hoje acabou.





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