michelle. 23 anos. filósofa na academia. vagabunda no mundo.
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diferenssas
26.9.06 - 4:08 p. m.
diplomacia, cordialidade, "educação", discrição, superação.
a quem quero enganar?
canso-me de pessoas que fingem gostarem de mim, mandam beijinhos de boa noite e bom dia, dão presentinhos - todos muito belos e materiais -, lanches agradáveis, abraços - sem aquela boa energia que consigo sentir - para apenas preencherem seus vazios e suprirem a vontade de serem agradáveis e fazerem um bom papel, ao invés da simples vontade de transmitirem algo bom para alguém que consideram (será que consideram?); lindas palavras, conselhos triviais e de pessoas que vêem o mundo de uma forma pela qual você jamais imagina enxergar um dia. aquela medíocre, com falsos princípios, falsos pensamentos, embasados apenas em como sua imagem será mais cômoda e agradável à maioria das pessoas ao redor.
e aí devo falar. devo rir e fingir que nada aconteceu também. fazer parte de uma encenação, de uma peça trágica, na qual todos os artistas se odeiam, mas interpretam os mais intensos dos apaixonados e amáveis.
devo dar um bom dia e um abraço apertado, para apenas preencher os vazios que ando sentindo.
devo relevar a falsidade que entra rasgando dentro de mim e fingir um amor. fingir um carinho, fingir uma sinceridade.
desculpe, mas não consigo. nem olhar na cara, nem falar, nem um simples gesto direcionado a essa pessoa.
talvez seja ingênua (dúvidas, ainda?). talvez essa minha visão seja ridícula. talvez não tenha sido feita para este mundo. mas não consigo, não consigo.
não dá.
quebrarei minha cara inúmeras vezes, sei disso. mas pelo menos agora tenho ainda pessoas que falam dos meus defeitos para mim, me auxiliam, são verdadeiras. pessoas que jamais escutaria falando para outras que sou uma pedra na vida de terceiras, que sou imprestável, patética e, depois de minutos, vêm me dar um beijo e abraço de boa noite, dizendo que sou linda e transmito coisas boas.
vivo em um mundo de pessoas tão incríveis que quando me aparecem essas estranhas e superficiais não sei como agir. fico como uma criança, sem entender esse mundo em que vivem.
e esse é o mundo da maioria das pessoas.