michelle. 23 anos. filósofa na academia. vagabunda no mundo.
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diferenssas
16.8.06 - 1:32 a. m.
a princípio sou mais uma daquelas pessoas fechadas, tímidas, que não falam muito, têm medo de irritar o outro ou falar algo que seja mal interpretado. depois de me conhecer um pouco mais, meu lado ansioso, preguiçoso e misterioso se revelará. ainda assim parecerei uma daquelas pessoas fechadas, mas provavelmente serei tida como indiferente a sentimentos e situações. após mais um tempo, você vai entender que meu olhar e meus gestos - às vezes receosos - revelam um pouco mais de mim mesma. mais tarde, meu lado bobo que ri de besteiras e fala coisas patéticas aparecerá, juntamente com alguns conceitos etimológicos peculiares.
a partir daí um novo lado se mostrará, e se você for inteligente talvez comece a perceber que sou uma pessoa sensível, que se arma e protege para não se machucar - ou talvez se envolver. muitas vezes ainda vou preferir deixar de inferir coisas para não enfraquecer meus nazistas, já que eles se tornaram os mais poderosos.
ah, meus nazistas. nasceram praticamente comigo, estão armados e a postos em cima de um muro eficientemente construído por eles, com a supervisão de mim mesma. nazistas com armas potentes, que agora cresceram e nem eu mesma os compreendo mais. qualquer tentativa de supervisioná-los ou dar-lhes alguma ordem é fracassada. criei monstrinhos, monstrinhos bizarros que me pregam peças e até me deixam constrangida em alguns momentos.
o muro está construído, estável. os nazistas estão crescidos, incontroláveis e eficientes.
e eu estou aqui, ou minha consciência está aqui, tentando lutar contra todos eles e destruir o muro e os nazistas. mas o muro, os nazistas e minha consciência são o eu-mesma que resta, aparente. a consciência, coitada, não possui arma alguma, exceto a retórica. e sinceramente? meus nazistas não têm a mínima sensibilidade com a palavra, não se convencem a partir do mais sensível discurso ou do mais consistente argumento.
é, estamos diante de um grande conflito interno aqui. só gostaria que você compreendesse que sou alguém com sentimentos e que por trás dos meus nazistas e do muro há muitas coisas - algumas das quais nem eu mesma tenho conhecimento. sei que você sabe disso, até porque minha consciência conseguiu convencer meus nazistas de permitirem sua passagem parcial para muro adentro. mas sinceramente? acho que o seu conflito é tão grande ou maior que o meu que não permite nenhum tipo de conversa mais apurada, conclusiva e aberta comigo.
shame on me,
shame on you.
on me nem tanto, porque tentei.
ah, tentei...