michelle. 23 anos. filósofa na academia. vagabunda no mundo.
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5.12.05 - 12:15 a. m.
eu tinha medo. medo de ele não gostar de mim, medo de ele gostar de mim. então fiz o que sempre faço quando as coisas estão fora de controle: fugi.
fugir é fácil. i mean, você para de atender os telefonemas, não responde às mensagens, fica ausente no msn e pronto. se ele for na sua casa e interfonar, diga sempre que não está, até ele cansar e arranjar outra pessoa - e você ficar puta, com ciúmes e imaginando como a nova garota deve estar se divertindo e gostando do jeito sexy e perfeito dele. ele era sexual, do tipo que lambe e dá mordidas maravilhosas na sua orelha na primeira vez em que saem e você fica imaginando como ele deve ser bom em tudo. do tipo de você querer abrir os olhos no meio de tudo para olhar a boca linda e vermelha dele de tantos beijos, mordidas e afins. do tipo de você não ter controle como você sempre tem sobre nenhuma situação ao lado dele. do tipo não aguentar qualquer toque ou olhar. perder o controle, descontrol total mesmo.
mas aí percebi que não tinha fugido. só se passara um dia, um completo dia. as coisas eram tão intensas que achava que já tinha fugido, mas não, não fugi. longe disso. na minha cabeça tinha fugido, até porque estava sob o estado da fuga: não atendia nada, não respondia nada. porém, a imagem dele e dos poucos bons momentos que tivemos invadia a minha cabeça de uma forma que só o encontrando de novo poderia melhorar. estaria eu viciada na presença dele? óbvio.
fora o lance sexual, nossa conversa era a melhor. como eu, ele tem a cabeça-aberta, não interpreta as coisas como indiretas como a maioria dos seres humanos costumam fazer e, o principal, gosta de coisas que gosto, mas vive em um mundo paralelo ao das pessoas que gostam do mesmo que ele gosta. gosta de muitas coisas diferentes das que eu gosto também, tem uma personalidade única e não-influenciada por ninguém. gosta de guerras, comédias românticas, filmes iranianos, escalada e tatuagens jugadas estranhas (muito) por mim. futilmente falando, ele usa calças, blusas e casacos maravilhosos, é maior que eu e tem costeletas. é, costeletas. fuck, it turnes me so on.
ainda não havia fugido, ok. também não havia dado sinal de existência, fora as poucas desculpas (sim, tudo isso em um dia). mas o que fazer disso tudo? eu, sem controle, sem qualquer opção de controle. ele é, ele faz, ele é fodidamente foda como ninguém. tensão extrema - como adoro, carinhos extremos, conversas maravilhosas e química perfeita. fora o carioca surfista, sem dúvidas o melhor.
e aí eu pergunto: e agora?
e agora? e agora fo-deu. você tá fodida, não está sob o controle da situação como sempre costuma estar e meu-deus, como isso é difícil e ao mesmo tempo bom pra você. você é você e seus instintos com ele, você é você e seus desejos, seus mais fodas desejos. ele te deixa perdida, com muita vontade e sem nenhuma vontade, se entregando e se recuando ao mesmo tempo. ele é perturbador.
ele é foda, céus.