michelle. 23 anos. filósofa na academia. vagabunda no mundo.
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17.10.05 - 9:04 p. m.
mergulho
o quê poderia querer mais além daquele mergulho no inexistencial que deixa qualquer um conformado e contente com aquela pseudo-realidade? faria diferença ser ou não ser, ter ou não ter, estar ou não estar naquele momento? um pouco, até fazia. mas nada como antes, como agora.
por um momento esqueci meus problemas, meus estresses, minhas preocupações, meus não-amores, meus amores, meus inimigos, meus pseudo-amigos, meus poucos amigos, minhas verdades, minhas mentiras, o meu eu-estranho que até hoje não conheço e, principalmente, minha vontade de conhecer esse meu eu-estranho, que faz 90% de parte do meu eu-total. esqueci da minha gordura quase que por completo, das mentiras que tenho ouvido constantemente, das minhas dúvidas, do meu pessimismo em relação ao mundo e à relações de qualquer gênero, das minhas influências, das minhas opiniões verdadeiras e das que são influenciadas por algo ou alguém, dos joguinhos das pessoas ao meu redor, do que é verdade e mentira no mundo, do que é e do que não é.
por um momento estava apenas existindo. falando o que realmente o meu eu-estranho pensava, sendo o que deveria ser, me importando como deveria me importar. deixando FLUIR, como nunca consegui deixar.
só que sabe, mesmo tentando ser aquilo agora, não consigo. não conheço meu eu-estranho, não sei o que desperta em mim para tudo aquilo acontecer. aliás, isso acontece apenas em determinadas situações, if you know what i mean. e não são constantes na minha vida, if you know what i mean II.
às vezes queria viajar para bem longe. reconstruir uma vida e reconstruir um novo-eu. gostaria de moldar e construí-lo sozinha, sem ajuda do exterior. porque aí talvez não existiria o eu-estranho. na verdade não existiria um eu-total, porque este não teria que lidar com nenhuma situação - "provas" da vida. e só com situações externas que um "eu" existe, não? sem coisas externas o "eu" talvez seria um nada.
é que sabe, sou sistemática e odeio passar pelo desconhecido e, PRINCIPALMENTE, fazer parte do desconhecido. não passo por algo sem estar analisando esse algo, sem estar refletindo e pensando nas conseqüencias e causas desse algo, sem estar dando título, subtítulo e descrevendo esse algo. tudo isso DURANTE o algo. não deixo nada simplesmente fluir. só em momentos ESPECIAIS, como esse.
esse que infelizmente, passou.
de volta ao real (ou o "meu" real), ao 10% do eu-total, às neuras da vida.